sábado, 11 de setembro de 2010

Tradutores, afinal, quem somos?



Somos construtores de pontes,
Pontes de palavras, de idéias, de conceitos,
Nossa função?
Reescrever, de modo imperceptível,
Transformar originais em originais,
Redigir o impossível,
Recriar o imponderável,
Nossa sina?
O anonimato, a invisibilidade, o silêncio,
Nosso grande erro?
Ansiar sermos reconhecidos, identificados, percebidos…
Se reconhecidos formos, é por termos deixado nossas pegadas no texto,
Não mais sendo invisíveis, fatalmente estaremos errando,
Tradutores?
Quem somos, afinal?
Construtores de pontes,de palavras, de idéias, de conceitos,
Anônimos, invisíveis, silenciosos,
Assim somos, fomos, seremos,
Até o dia em que o brilho de nossa invisibilidade rompa
definitivamente o silêncio que nos mantém incógnitos,
Neste dia…bem, neste dia o sol e a lua, juntos, brilharão a mais
linda luz jamais vista.
E nós, ofuscados por tanta claridade, continuaremos construindo nossas pontes,
de palavras, de idéias, de conceitos,
de silêncio,
de contentamento.

Autor: Desconhecido

Um comentário:

  1. Michele, sou a autora, mas achei bem interessante meu texto ser classificado como "autor desconhecido", acho que deu um ar de coisa tradicional, de literatura consagrada, rsrsrs
    Ana Julia Perrotti Garcia
    Veja: http://por.proz.com/forum/lighter_side_of_trans_interp/146564-poem_about_our_profession.html

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